Sobre

Desde criança meu pai, militar da FAB, sempre me ensinou a poupar, me ensinou que deveria gastar menos do que ganhava e que deveria ter uma reserva financeira para quando aposentar comprar uma casa e viver tranquilamente com minha aposentadoria. Essa foi a educação financeira que ele me deu. Sou muito grato a ele por isso. Sempre tive essa regra #1 da educação financeira enraizada. Mesmo sabendo que o funcionário público e, principalmente, o militar não ganhava tão bem, decidi seguir a carreira do meu pai. Sempre procurando gastar menos do que recebia e colocando na POUPANÇA para gerar juros, fazer o dinheiro trabalhar pra mim, somente na vida adulta descobri que poupança não é investimento…

Foi um pouco depois de entrar na Academia Militar das Agulhas Negras, AMAN, que comecei a descobrir outras maneiras de investir (na verdade comecei a descobrir que poupança não era investimento). Em 2009, um professor de economia aconselhou a investir em LTN do Tesouro Direto, que rendia mais que a poupança. Não pensei duas vezes, assim que cheguei no alojamento fiz uma aplicação atráves do BB. Não tinha a menor ideia de taxas cobradas por corretoras e nem mesmo que poderia facilmente abrir uma conta em uma corretora que não estivesse atrelada a um banco. Na verdade, não sabia nem o que era corretora, muito menos sabia o momento correto de investir. Lembro de olhar para o histórico das taxas do Tesouro Direto (TD) e não entender porque alguns papéis apresentavam taxas de rendimento diferente das precificadas. Simplesmente apliquei.

Naquele mesmo ano, por indicação de um amigo, que estava fazendo “rios de dinheiro ” com fundos de ações, peguei um empréstimo pessoal de 8mil na Poupex e coloquei em um fundo de ações de contrução civil e mais 4 setores no BB. Naquela época, com notícias de que a Copa do Mundo e Olimpíadas iriam ser realizadas no Brasil, esses fundos estavam bombando. Inicialmente ganhei um dinheiro. Olhava todo dia minha conta, até que tive que ficar fora por uma semana sem internet por questões de trabalho (campo), e quando voltei estava no prejuízo. Esperei recuperar um pouco e assim que saí do prejuízo resgatei todo dinheiro, paguei o empréstimo e fiquei um bom tempo sem olhar para Renda Variável (RV), o medo de perder dinheiro e ficar devendo me apavorava.

Desde aquele ano passei a me interessar e focar em Renda Fixa (RF), e comecei a fazer inúmeros cursos. Foi quando perebi que necessitaria aprender sobre Renda Variável (RV) se quisesse alavancar meus investimentos e acelerar o processo de chegada à sonhada marca de 1 milhão de reais. Porém, agora, orientado pelo meu pai, que tinha um amigo que administrava um clube de investimentos, passei a investir meu dinheiro nesse clube. Coloquei 10mil. Logo depois que me formei, entrei também para uma rede de Marketing Multi Nível, atraído pela alta promessa de rentabilidade sem esforço, porém, perdi dinheiro. A empresa teve seus bens bloqueados pela justiça e naquele momento percebi que não existia dinheiro fácil. Essa furada em que me meti foi o ponto de inflexão para que eu passasse a me dedicar ao estudo de Renda Variável (RV), mas dessa vez, já vacinado.  Olhava com um olhar cético para todos os cursos ou promessas de alta rentabilidade em um curto espaço de tempo. Tendo isso em mente, estudei e vi que o investimento fundamentalista era o que mais atendia a meu perfil.  Menor risco que a análise técnica e sem o apelo do “dinheiro rápido e fácil”. Porém, naquela época, 2012/2013 existia pouco material para estudo sobre invstimento fundamentalista. A massa era sobre análise técnica.

2014 foi um ano decisivo pra mim. Primeiro, porque foi o ano em que decidi que iria cursar Engenharia no IME (Instituto Militar de Engenharia), uma das melhores Escolas de Engenharia do país, o que mudaria completamente a direção da minha carreira e me proporcionaria estudar algo pelo que sempre me interessei. Tal curso, conhecido pela excelência, me exigiria muita dedicação, tanto para entrar (vestibular), quanto para cursá-lo. Segundo, porque, já noivo da minha agora esposa, Camila, estavámos fazendo planos para o casamento. Comprar uma casa para chamar de nossa foi um dos tópicos discutidos e, na época, em pleno ápice da bolha imobiliária no Rio de Janeiro (ano de Copa de Mundo e faltando dois anos para as Olimpíadas), começamos a procurar um imóvel para comprar, e essa foi a primeira vez na vida em que me senti mal financeiramente. Até então, achava que tinha uma boa reserva, que conseguiria dar uma boa entrada e pagar suaves prestações. Ledo engano! O padrão de apartamento que procurávamos no Recreio dos Bandeirantes, um bairro de classe média do Rio de Janeiro, estava custando por volta de 725mil, novo, na planta. A região estava absurdamente valorizada justamente por ser próxima de onde seriam os jogos olímpicos, além de inúmeras promessas de obras de infra-instrutura na região. Lembro que fomos nesse lançamento no segundo dia e já estavam quase todas as unidades vendidas. Restavam apenas duas.

Pegamos o prospecto e fomos pra casa. Quando começamos a fazer contas, vimos que não tinhamos condições de arcar com aquele apartamento. Mesmo dando uma entrada que correspondia a toda a nossa poupança, ainda pagariamos prestações de mais de 5mil reais. Fora que, quando estivessemos morando, além da prestação, ainda teríamos que arcar com condomínio, que na região girava em torno de R$ 1200,00 a R$ 2000,00. Impraticável para nós. Coincidentemente ou não, meu sogro, pai da Camila nos deu de presente um livro: “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos”, do Gustavo Cerbassi. Nesse livro foi a primeira vez que ouvi alguém falando do conceito de liberdade financeira conseguida através de investimentos. Até então, pra mim, isso só era possível ganhando na loteria. O livro, dentre os vários assuntos abordados, falava sobre como morar de aluguel pode ser melhor que comprar casa própria. Ele abordou de maneira bem suscinta e não deu detalhes sobre tipos de investimentos e como poderia montar uma carteira para que isso fosse possível, mas serviu pra me deixar com uma pulga atrás da orelha.

Após ler o livro, e levando em consideração a situação econômica da época, convenci minha noiva a não comprar apartamento e viver de aluguel. Tentar fazer o que o livro falava. Resumindo esse tópico específico, o livro dizia que com o valor de um apartamento aplicado nos investimentos certos seria possível pagar o aluguel daquele mesmo apartamento e ainda sobraria um pouco, além de não ter gastos com manutenção do apartamento. Conforme esse raciocínio, ao término de 30 anos, tempo do financiamento, seria possível comprar um apartamento novo ao invés de ter um apartamento velho de 30 anos. FOI A MELHOR DECISÃO QUE TOMAMOS. Primeiro, porque o apartamento que tentaram nos vender a 725mil nos dias de hoje se consegue comprar por 550mil, quiçá menos. E isso ocorreu não só devido à crise econômica que se instaurou no país, mas também ao fato das obras de infra-estrutura tidas como certas não terem saído do papel. Segundo, porque nossa vida mudou um bocado de lá pra cá e morar naquela região hoje em dia seria inviável. Camila, minha esposa demoraria em média 1:30h pra ir e mais 1:30h para voltar do trabalho, todos os dias. E eu, com sorte, entre 1h e 1h30min cada pernada. Com certeza, se tivessemos comprado naquela época teriamos tido dificuldade para repassar o apartamento e provavelmente perderíamos dinheiro. Terceiro, porque depois daquela decisão passei a me dedicar de verdade ao estudo de Renda Variável (RV). Até então ficava só na teoria, tinha medo de errar em análises e perder dinheiro.  Foi então que, observando que o dinheiro que havia deixado no Clube de investimentos não estava rendendo nada, para falar a verdade estava até com prejuízo, resolvi tomar as redéas da situação e, ao invés de deixar alguém investindo por mim, eu mesmo iria investir meu dinheiro, colocando em prática tudo aquilo que tinha visto na teoria. Assim, retirei tudo que tinha nesse clube e usei o dinheiro para meu primeiro de muitos aportes em ações.

Foi essa decisão de assumir as rédeas dos meus investimentos que me possibilitou o real aprendizado. Investindo ao longo desses anos e fazendo inúmeros cursos na área, inúmeros porque eles nunca são muito abrangentes, quando não são apenas motivacionais, pude adquirir experiência e conhecimento sólido na área. O correto balanceamento da minha carteira de ativos me permite a tranquilidade de não ficar no desespero de seguir notícias diariamente e assim tenho conseguido resultados surpreendentes. Com a eleição do governo Bolsonaro, pude observar vários amigos e familiares aflitos com a possibilidade de uma reforma da previdência, enquanto eu, por outro lado, estava tranquilo com a situação, sabendo que aquilo iria me atingir, porém não me afetaria. Foi quando decidi compilar tudo que aprendi e venho praticando ao longo desses 10 anos no material do curso “A Trilha do Dinheiro”, para ajudar amigos e familiares a terem também a tranquilidade de tomar decisões mais sábias e acertivas com seu suado dinheiro e ter a possibilidade de não depender da concessão do governo para se aposentarem, ou até mesmo a possibilidade de não depender de aprovação de um banco para conseguir uma carta de crédito. Enfim, viver com tranquilidade no que diz respeito a dinheiro.

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